
imagem: blog Edson Silva
Consideradas as pretensões do governador de São Paulo, João Dória, e os últimos afagos do Planalto dispensados ao DEM, a situação do governador paulista está longe de ser boa para ser o candidato de uma aliança entre PSDB e DEM para 2022.
Acusado de traidor pelo Deputado Rodrigo Maia, por ter liberado a bancada para votar na eleição da Câmara dos Deputados que culminou na vitória de Arthur Lira-PP, o presidente do DEM, ACM Neto, é visto como um pragmático que está enxergando longe.
Ao invés de se amarrar a um projeto capitaneado por Rodrigo Maia e João Dória, preferiu adotar a tradicional linha de aproximação com o poder, no caso, com o presidente Jair Bolsonaro, o que poderá render alguns cargos à ávida bancada do DEM, fortalecendo, além disso, suas pretensões para concorrer ao governo da Bahia, para destronar o seu principal adversário, o PT.
Já o PSDB segue com fissuras, que podem ou não aumentar, conforme o ego dos dirigentes: Dória insiste na idéia de expurgar Aécio Neves do partido, e de se tornar liderança nacional dentro dele. Se esquece, porém, do histórico de Aécio e de sua importância dentro da bancada federal da legenda, ou seja: ele tem pedigree político, coisa que o governador paulista não tem.
Corre por fora, não menos importante, o jovem governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, que já demonstrou possuir virtudes típicas de um bom articulador político.
Em silêncio, mas nunca parados, estão o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o Senador José Serra e o ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin.
FHC trabalha nos bastidores do partido pela candidatura do apresentador e empresário Luciano Huck, e Geraldo Alckmin tem aliados trabalhando desde o ano retrasado pelo seu retorno ao governo paulista, na contramão do que deseja João Dória, que prepara Rodrigo Garcia – DEM, para sucedê-lo.
José Serra tem atuado com discrição no Senado, apresentando projetos importantes para o país, se mantendo distante da guerra intramuros.
Se Rodrigo Maia bater o martelo de migração do DEM para o PSDB, certamente causará mal estar entre os partidos, e possivelmente abalará a parceria entre ambos na busca pelo poder.
Há quem diga que uma nova legenda, encabeçada pelos insatisfeitos Dória e Rodrigo Maia, possa surgir, caso não se chegue a um denominador comum.
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