É impressionante como o governo federal se esmera em reduzir conquistas dos trabalhadores.
Depois da refoma da previdência, e da reforma trabalhista, agora o governo deseja reduzir o depósito do FGTS feito pelo empregador e o percentual da multa por demissão sem justa causa.
O valor do depósito cairia dos atuais 8% para 2%. Já o percentual da demissão sem justa causa seria reduzido de 40% para 20%.
O ministro Paulo Guedes, guru do presidente, parece não se importar com ninguém além dos banqueiros e empresários no país.
Trabalhadores da iniciativa privada e servidores públicos nunca sofreram tantas perdas como nos últimos três anos.
Se agora, um momento eleitoral, o governo Bolsonaro surge com uma proposta dessa, o que fará se for reeleito?
Não teria sido melhor realizar uma ampla reforma tributária no país, o que nunca conseguiu emplacar, possivelmente por falta de criatividade ou incompetência?
Será que só o cidadão comum tem que arcar com a falta de projeto econômico e social desse governo?
Basta elogiar algumas raras atitudes positivas, e o governo anuncia uma bomba desse tipo, que em nada contribuirá para a geração de emprego e renda para o país.
É um descalabro, uma total falta de respeito ao trabalhador apresentar algo desse tipo. Qual a justificativa para isso? Qual o efeito positivo para a economia? Para a geração de empregos? O que o povo lucra com essas medidas?
O percentual da demissão sem justa causa relativamente elevado é um freio à dispensa por motivos torpes, como a manutenção de lucros em detrimento da transitoriedade leviana do emprego.
Se o percentual for reduzido, a tendência é o arrocho das condições de trabalho e a volatilidade dos postos, permitindo, inclusive, a realização de barganhas por salários menores em troca da permanência do trabalhador no emprego.
Acaba-se um dos elementos de equilíbrio na relação capital – trabalho, deixando um rastro de destruição para o trabalhador.
A cada dia que passa o governo se atrapalha mais, com o desejo de agradar empresários e o sistema financeiro, relegando o trabalhador à condição de “zero à esquerda”.
Já é hora dos matemáticos aferirem quantas arrobas têm a burrice ou maldade de um governante que age assim em um país com alta inflação, desemprego em massa, empresas que não suportam a carga tributária, tudo isso em pleno período eleitoral.
Para completar a desgraça, só falta o Congresso Nacional aceitar as medidas, caso seja editada uma Medida Provisória para criá-las, como se cogita.
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