A utilização de câmeras no uniforme da Polícia Militar de São Paulo tem gerado polêmica, sobretudo quando os índices de letalidade da força são revelados.
O tema já ganhou tanta relevância que os pré-candidatos ao governo do estado têm sido forçados a expor, mesmo que timidamente, sua opinião a respeito.
De um modo geral, todos entendem que houve avanços quanto à diminuição da letalidade da Polícia Militar, mas reconhecem a necessidade de fazer alterações quanto ao uso do equipamento, de modo a não “amarrar” os policiais que, temendo ações disciplinares mais fortes, não raro, procuram não atender ocorrências mais complexas.
Se de um lado a morte de marginais foi reduzida, o mesmo não se pode dizer do cidadão de bem, cujas vidas tem sido ceifadas sem dó ou respeito a qualquer dispositivo eletrônico pelos marginais. Vivemos em uma sociedade na qual o mais fácil é realizado e o correto deixado à parte, por ser mais trabalhoso.
O cidadão paulista nunca assistiu a tanta violência como nestes últimos tempos; cidades anteriormente pacatas amargam o aumento impiedoso da violência, vitimando todo tipo de pessoa; mas nem por isso deixam de criticar as forças policiais quando estas adotam medidas mais incisivas em relação aos criminosos.
É preciso que a sociedade se posicione claramente a respeito, facilitando a tomada de decisões dos responsáveis pelo setor. Ninguém deseja uma carta branca para matar, mas a realidade das ruas nos mostra que a polícia não pode ficar de mãos atadas para cumprir sua missão, pois a crueldade dos marginais não tem medida.
Ao contrário do que ocorre com os policiais, os marginais somente respeitam as leis do crime organizado, e não as do Estado. Não fazem mais ou pior porque o crime organizado não permite, por entender que seria ruim para “os seus negócios”, não por receio da ação das polícias, que atuam em nome do Estado e da Sociedade.
Até quando teremos um controle paralelo de criminalidade? Quando o Estado retomará as rédeas da segurança pública, garantindo paz ao cidadão de bem?
Do jeito que as coisas estão, de nada vale aumentar o número de polícias existentes, se o regramento a elas aplicado tem o mesmo teor, pois todas ficarão impedidas de atuar produzindo resultados satisfatórios à sociedade.
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