MUNDO: UMA REFLEXÃO SOBRE A PÁSCOA

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Durante a Quaresma, e sobretudo na Semana Santa, cristãos mundo afora são levados a uma introspecção acerca do sacrifício de Jesus Cristo pela salvação dos homens (latu sensu).

Nesse momento, em geral, não há qualquer indagação acerca do que antecede essa quadra da história cristã no que concerne à postura dos homens e às razões do Criador, para que tudo transcorresse assim.

Em uma franca elocubração filosófica, vejo como necessário buscar na postura do Criador, tal como narrada pela Bíblia, mais elementos para uma melhor compreensão no que culminou no sacrifício de Jesus.

Sob essa ótica, Deus pode ser visto em Sua Infinita Grandeza como sendo o Criador, Supervisor e Julgador de sua obra, mormente da mais emblemática, que é o homem.

Como Criador, Ele concebeu o sentido das coisas e arquitetou a sua existência com sabedoria, força e beleza, que se fizeram presentes no momento da criação; como Supervisor, Ele observa e analisa o desenrolar de Sua obra, sem intervenção direta, mantendo o livre arbítrio do homem e o movimento inercial da natureza, mesmo com as interferências do primeiro; já na condição de Julgador, atua preponderantemente sobre o homem, pois este, por Sua vontade, foi dotado de sentimentos, inteligência e, sobretudo, de livre arbítrio, o qual alicerça, por si só, o exercício da Sua justiça, seja com aplicação nesta existência mundana, ou na espiritual.

Neste ponto da ilação é forçoso admitir que o conceito de espírito e de suas funcionalidades encontra divergência entre vertentes cristãs, espíritas e espiritualistas, convergindo, apenas, no tocante a sua existência. Complexo e belo é o desenvolvimento da criação, gerada por um único Princípio Criador, conhecido por vários nomes, e seguido por vários caminhos.

Das faces do Criador, a mais temida e que gera o maior número de indagações, é aquela na qual atua como Julgador.

Quando Deus, segundo o texto bíblico, gerou o dilúvio, manifestou o primeiro grande julgamento de Sua criação. Desapontado com o seu desenvolvimento, decidiu que seria melhor um recomeço, varrendo da terra a vida que não correspondia ao plano original da criação.

Depois desse evento a humanidade, agora advinda da família de Noé, e os demais seres viventes salvos pela arca, geraram descendência e um novo mundo se fez.

Mas, infelizmente, novamente a humanidade, por seu livre arbítrio, se desviou do caminho, e numa medida mais profunda e compadecida, Deus enviou parte de Si, na figura de Jesus Cristo, Seu filho, na tentativa de redimir os homens e lhes dar uma nova chance pois, em um segundo juízo, Ele viu que a humanidade sucumbira novamente.

Desta vez não haveria mais destruição, pois Ele havia selado um pacto com a humanidade.

Em lugar disso, Ele concedeu a chance de o homem corrigir o seu rumo pela compreensão de princípios superiores como, por exemplo o Amor Fraternal, o Amparo e a Verdade.

Por meio de Jesus Cristo, Deus concedeu mais tempo para o ser humano refletir sobre suas ações e lhe propiciou um caminho limpo, isento e seguro para seguir sua jornada, em constante aprimoramento.

Ao invés de sentenciar a humanidade, como Julgador que é, Deus lhe ofertou um norte em meio ao tormento que reinava, permitindo que os homens fizessem uso do seu livre arbítrio para seguir o caminho apresentado, ou para sucumbir, por vontade ou fraqueza própria, rumo ao julgamento que, a partir de Jesus Cristo, seria individual e não mais coletivo, como ocorrera no dilúvio e na destruição de Sodoma e Gomorra.

Assim, em um contexto ampliado, a morte e a ressurreição de Cristo, em uma visão unificada, podem ser vistas como mais uma ação do Princípio Criador como Julgador, em flagrante demonstração de Amor e Misericórdia a Sua criação.

Somente o futuro nos dirá se Jesus Cristo foi a derradeira chance de mudança antes de mais um julgamento coletivo, caso no Seu entender, o julgamento individual não baste.

Meditemos a respeito e melhoremos, a cada possibilidade, o nosso proceder, pois, ao que parece, o futuro de todos depende de cada um de nós.

Feliz Páscoa!

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Sobre José Vieira 204 artigos
Professor, Jornalista, Bacharel em Direito(com OAB), Servidor Público, Pós-graduado em Direito da Comunicação Digital, MBA em Gestão Pública, Pós-graduado em Direito Administrativo

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