
*imagem: Wilton Júnior/Estadão Conteúdo
Incrível. Depois de dois escândalos seguidos, lá vem o terceiro, com mais algumas centenas de milhões de reais em risco, decorrente da contratação de uma empresa investigada por fraudes pela Polícia Federal.
Agora o epicentro do novo tornado é o ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos – MGI, conforme notícia veiculada pelo site Poder 360.
Trata-se de um contrato no valor de 328 milhões de reais, firmado pelo citado ministério com a empresa Esplanada Serviços Terceirizados Ltda., que está sob investigação da Polícia Federal e da Controladoria Geral da União.
A matéria do Poder360, que cita o jornal Metrópoles como fonte, informa que a homologação do contrato ocorreu em abril, como consequência do processo licitatório para contratar 1.216 funcionários terceirizados para trabalhar em 12 ministérios.
O texto publicado esclarece que o contrato tem duração inicial de 03 anos, com previsão de extensão que pode chegar a 10 anos.
Mas tudo isso não seria estranho ou incomum, para ser simplório, se a empresa não estivesse sob investigação por fraudes em licitações federais, nas quais haveria simulação de concorrência entre várias empresas.
O absurdo dessa história está no fato de que, conforme apurado, a proposta da empresa foi aceita pelo ministério apenas 10 DIAS APÓS O CUMPRIMENTO DE MANDADOS DE BUSCA E APREENSÃO em operação conjunta da PF e CGU.
Como se percebe, há um esforço constante, verdadeira obsessão de alguns setores do governo federal em gerar problemas, fundamentados, não raro, em presunções como a da inocência, pela simples inexistência de condenação dos envolvidos.
Aos mais atentos parece haver um desejo inato de implodir o governo Lula, em franca competição de desmandos entre membros da administração.
A reportagem ainda cita que as empresas sob investigação mantêm dezenas de contratos ativos com órgãos da Administração Pública federal, e entre os contratos investigados está um firmado com – pasme – a própria Polícia Federal.
Com essa avalanche de insensatez e descuro da coisa pública, a imagem do governo se consolida como um desastre na integridade da administração e uma carreta sem freios na governança.
A situação está tão ruim, e se acentua de tal forma, que logo começarão as apostas sobre a desistência da candidatura à reeleição, ou de uma saída à francesa antes do fim do mandato.
Apenas para rememorar, antes tivemos escândalos de corrupção concentrados em um ou dois órgãos; hoje, são dispersos pela administração, com o propósito, quem sabe, de dificultar a identificação e a apuração dos desvios.
É triste ver um governo que a cada dia tem que vir a público esclarecer casos de corrupção ou desmandos, torcendo para que alguém lhe dê crédito.
O presidente deve se perguntar o que fez a Deus para merecer esse tormento, e a oposição ao seu governo, por certo, tem um rol de respostas na ponta da língua sobre isso.
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