Após vários meses de disputas internas, discussões e acusações, o ex-governador de São Paulo, João Dória, pré-candidato do PSDB à presidência da república, anuncia a desistência de sua pré-candidatura.
O anúncio foi feito ao final da manhã de hoje (23/05/2022), com a presença de algumas lideranças do partido.
Dória falou de sua trajetória pessoal e política, até chegar ao governo do estado de São Paulo e, com grande sentimento, anunciou sua desistência do pleito, pela vontade da cúpula do partido. Aliás, ele deixou bem claro isso, ao citar os 17 mil correligionários que votaram nele nas prévias, e nos 6 milhões de eleitores que o apoiaram nas pesquisas eleitorais.
Saiu da disputa demonstrando estar com o coração dilacerado pela traição do partido, que não perdoou os índices aquém do esperado nas pesquisas.
Mas o importante disso tudo fica registrado na história política e partidária brasileira: o PSDB demonstrou que está no seu ocaso, pervertendo valores democráticos como as prévias partidárias, nas quais cada correligionário se manifesta livremente, preferindo ouvir a voz dos caciques da legenda.
É um exemplo muito ruim, chegando ao extremo do oportunismo e conveniência. Tudo para tentar livrar Rodrigo Garcia da marca de João Dória nas eleições estaduais, e para viabilizar acordo em torno de nome que possa representar uma tábua de salvação para o nauseabundo PSDB.
Justiça seja feita: João Dória foi um excelente administrador público, e os investimentos realizados em todo o estado de São Paulo mostram isso.
Valorizou a segurança pública em São Paulo, como poucos fizeram, concedendo, além de equipamentos e reformas de prédios, o maior aumento salarial já ofertado aos policiais, desde o governo Fleury Filho. Fez o que pôde para salvar vidas durante a pandemia, mas pecou ao fechar estabelecimentos comerciais e indústrias por tempo considerado longo, gerando desemprego e uma quebradeira geral. Foram estes os seus maiores pecados, cobrados com extremo rigor pela população e seus correligionários.
Lá se vai um ótimo administrador público, e um exímio empresário. Ficaram os políticos de plantão.
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