Com todo o respeito aos institutos de pesquisas, os números do candidato do PT ao governo do estado de São Paulo, Fernando Haddad, tem sido apresentados com um aparente “inchaço”, data a trajetória política da legenda no estado.
Em nenhuma eleição estadual o PT conseguiu tanta aprovação como agora, chegando a 34% nas pesquisas.
Considerado um eleitorado de perfil mais conservador, o paulista nunca apreciou o PT, a ponto de não eleger nenhum governador do estado petista, mas colaborar para a eleição de dois presidentes, com a devida reeleição, e do ex-senador Eduardo Suplicy, figura querida e respeitada não só no PT, mas em inúmeras legendas.
Os governos do PSDB no estado, por pior que tenham sido, nunca foram tão mal a ponto de gerar uma súbita mudança no eleitorado que permitisse uma ascensão petista dessa magnitude. Nem mesmo a imensa incúria do atual governo federal em relação à economia, gerando milhares de miseráveis e desempregados, conseguiria, no estado de São Paulo, alicerçar tamanha reviravolta eleitoral.
É difícil acreditar que esses números se mantenham ou aumentem, como esperam alguns, principalmente porque não se viu, até agora, nenhuma proposta concreta dos candidatos, incluindo Fernando Haddad.
Como gerar uma reviravolta eleitoral tal qual os institutos de pesquisa demonstram, sem a divulgação de propostas polêmicas ou muito boas para o cidadão? Se a lógica atual for mantida, quando as propostas vierem, e se forem boas, Haddad poderá ganhar no primeiro turno, disparado, o que não é crível.
Mesmo com toda a miséria, inflação e desemprego, além de falhas do governo do estado ao longo dos anos, sobretudo em áreas críticas como a Educação e a Segurança Pública, o paulista, sobretudo o interiorano, tem um perfil próprio, com apego a um conservadorismo que não encontra reflexo no que o PT representa em termos de mudanças sociais.
É preciso que o eleitor fique atento para que não seja induzido a erro. No Brasil existe a tendência de votar em quem está à frente nas pesquisas, simplesmente para se livrar de um segundo turno, ou para dizer que votou em quem ganhou. Porém, neste pleito, é preciso que cada cidadão vote com o máximo de consciência possível, nas melhores propostas, sobretudo aquelas que sejam efetivamente viáveis.
Ninguém vive de ideologias, a não ser alguns políticos. Precisamos de pragmatismo, objetividade e clareza quanto ao que se pretende fazer, como será feito e quanto custará. Fique atento, vote consciente!
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