O maior mal da atualidade refere-se à falta de segurança pública.
Há anos os governos tropeçam no tema e adotam medidas paliativas, emergenciais, que em quase nada contribuem para minimizar satisfatoriamente ou resolver alguns dos problemas.
Não se constata a existência de planejamento estratégico no setor, seja do governo federal ou dos governos estaduais.
O amadorismo e a mesmice tomaram conta dos governos, que não têm diretrizes formais que orientem tanto a sociedade como os policiais.
Parece inexistir interesse na reformulação das forças policiais, sempre aquém do desejado, seja para os policiais ou para a sociedade.
A cultura retrógrada permanece, quando deveria ser refeita; as estratégias de atuação continuam primitivas e ineficientes; o uso da informação avançou, mas ainda requer grandes melhorias; os processos empregados pelas polícias continuam extremamente burocráticos, propiciando o distanciamento da população, por conta dos resultados.
É interessante observar que nenhum dos ítens apontados tem a devida atenção dos atuais governantes, que sempre são tolhidos de surpresa pelas ações ou inovações dos criminosos.
Regiões notoriamente conhecidas como perigosas assim continuam, chegando-se ao extremo da imprensa realizar mapeamentos e gravar ações dos criminosos, sem que o poder público, que tem esse dever, o faça.
O policiamento ostensivo e preventivo não apresenta os resultados esperados, por mais investimentos que sejam feitos, ora por conta da cultura ultrapassada dos agentes, ou por falta de pessoal, uma constante nessa realidade.
A modernização dos processos investigatórios é singela, funcionando praticamente nos moldes de 40 anos atrás, e acumulando resultados pífios.
A legislação, por sua vez, aparenta engessar a atuação do próprio Estado, criando entraves na atuação das polícias e deixando o Judiciário muito à vontade para praticamente legislar sobre os diplomas legais existentes.
Ao contrário de outros países, no Brasil, a prática de delitos considerados menores é incentivo para a prática dos graves que, não raro, provém deles.
A falta da devida responsabilização dos menores infratores tem sido motivo para que o crime recrute adolescentes para a prática de delitos gravíssimos, como tráfico, roubos e homicídios.
Em meio a este cenário aterrorizante, não se observa gestão pública da segurança com capacidade suficiente para se debruçar sobre os problemas, causando a impressão de que ninguém nos governos sabe o que fazer.
A sociedade vive essa realidade, sofre com ela e ninguém, aparentemente, trabalha para mudar este cenário.
Enquanto os gestores e os comandos das forças policiais não saírem de sua zona de conforto nada acontecerá.
A base das polícias, sobretudo aquela que atua nas ruas, está à mercê da própria sorte, sofrendo todo o tipo de pressão e constrangimento, seja dos comandos ou de alguns grupos da própria sociedade, que aparentam ser aliados camuflados da criminalidade.
É premente a necessidade de humanização do trato dispensado aos policiais dentro de suas corporações, o que se refletirá em sua atuação perante o cidadão.
Uma reengenharia precisa ser feita, contando com a participação da sociedade civil organizada, levando em conta a necessidade do aprimoramento da legislação criminal e a sensação gritante de insegurança da população, que atinge níveis estratosféricos.
Só não vê quem não quer, ou não tem ideia do que fazer.
Aqui você já sabe: virou notícia, Brasil Comenta.
Seja o primeiro a comentar