A morte do cidadão Genivaldo de Jesus Santos, 38 anos, negro, por asfixia, dentro de uma viatura da Polícia Rodoviária Federal, na cidade de Umbaúba-Sergipe, repercutiu muito mal para a imagem das polícias brasileiras, e também reforçou a antipatia internacional ao governo do presidente Jair Bolsonaro.
Considerado por muitos observadores estrangeiros como um radical de direita, afeto ao uso desmedido da força pela polícia e de armas por cidadãos, o presidente Bolsonaro recebe mais um golpe a sua já combalida imagem internacional, após a ação bárbara de alguns agentes da PRF no Estado de Sergipe.
Com requintes de crueldade, agentes da Polícia Rodoviária Federal colocam o cidadão Genivaldo dentro da parte traseira de uma viatura policial e jogam uma granada de gás lacrimogênio junto. O efeito devastador começa em segundos, com uma luta atroz pela vida iniciada pela vítima, que somente consegue colocar uma perna para fora como obstáculo ao fechamento total do veículo.
Mesmo com tamanha aflição, não houve qualquer sinal de respeito à vida humana pelos agentes públicos, o que culminou na morte de Genivaldo de Jesus Santos, por asfixia.
Mais do que um sintoma das históricas deficiências apresentadas pelas polícias brasileiras, este é um caso em que os requintes de crueldade da ação dos policiais superam as piores expectativas.
Cada vez mais se torna evidente a necessidade de uma reforma plena do modelo de segurança pública adotado no Brasil, com menos engessamento das estruturas e atribuições, além de mudanças profundas no sistema de seleção, formação e desenvolvimento profissional.
Enquanto o Estado brasileiro não conseguir equacionar o tipo de polícia que queremos com aquela que efetivamente precisamos, vivenciaremos grandes problemas na segurança pública, penalizando apenas as instituições policiais, que também são vítimas da incúria e incompetência dos governos em tratar adequadamente os seus efetivos.
Só para reforçar a gravidade do fato e mostrar que o mundo possui estranhas coincidências, o jornal britânico The Guardian lembrou que a morte do afro-americano George Floyd, há um ano, ocorreu no mesmo dia da morte do brasileiro Genivaldo de Jesus Santos, também negro.
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