Muito se tem falado sobre os índices do ex-governador João Dória nas pesquisas eleitorais, principalmente dentro do seu partido, o PSDB.
Algumas lideranças partidárias desejam que o ex-governador abandone a disputa, cedendo a vaga a outro pretendente do partido ou a algum aliado que possa favorecer a legenda em suas pretensões.
Porém, sempre é bom lembrar que João Dória venceu as prévias partidárias dentro do mais completo espírito democrático, o que lhe garante a pré-candidatura. Qualquer iniciativa do comando partidário contrária a essa realidade será um golpe mortal ao próprio partido, que envelheceu e não foi competente para gerar novas lideranças capazes de assumir a legenda e mantê-la forte.
João Dória foi o único nome que, meteoricamente, foi prefeito da capital paulista e governador do estado, destacando-se pela gestão excelente à frente do governo estadual e no combate à pandemia de Covid-19, que matou milhares de pessoas país afora.
Foi o primeiro governante que preferiu trabalhar pela população no combate à pandemia e não fazer proselitismo. Sob sua batuta o estado de São Paulo, mesmo com todas as perdas da pandemia, obteve excelentes resultados de crescimento econômico, superando em muito os índices alcançados pelo governo federal na gestão da União, sendo o responsável pela fabricação da primeira vacina para combate em massa do vírus da Covid-19, auxiliando estados brasileiros e até outros países.
Não fosse o esforço de João Dória e de sua equipe, os números de mortes seriam minimamente o triplo do que se vê hoje.
Na área da Segurança Pública, por maior que a sensação de insegurança esteja, Dória atuou com firmeza e dotou as forças policiais com equipamentos e melhorias internas, em proporções nunca realizadas pelos seus antecessores.
A combalida mais lutadora Polícia Civil, que amargou um trágico sucateamento e redução de pessoal ao longo de anos, viu dias melhores sob a gestão João Dória, com o implemento de várias inovações tecnológicas e melhorias estruturais.
A Polícia Militar, em que pese uma exacerbada politização de muitos de seus integrantes, também foi agraciada com melhorias.
Antes de sua saída do governo, não conseguiu cumprir a promessa de elevar o patamar salarial dos policiais paulistas ao segundo melhor do Brasil mas, diante da impossibilidade de atingir a meta, concedeu o maior reajuste salarial à forças desde o governo Fleury Filho, ou seja: em praticamente 30 anos, nenhum governo concedeu, de uma única vez, um reajuste próximo ao que ele estabeleceu para as polícias.
Na área da Saúde Dória construiu vários hospitais e otimizou o atendimento ao cidadão, valorizando também o servidor. Dória recuperou as finanças do estado a ponto de propiciar o maior orçamento da história de São Paulo para este ano, no valor de R$ 286,7 bilhões, com R$27,5 bilhões em investimentos públicos para todas as regiões do estado.
É bem certo que o criticam pelos inúmeros comércios e empresas que fecharam as portas, por conta das medidas de distanciamento social adotadas no combate à pandemia, mas Dória optou, de forma responsável e humana, pela preservação de vidas.
Para muitos, essa opção foi terrível, pois inúmeras pessoas perderam renda, mas os esforços foram equivalentes aos de guerra. Se não fossem adotados, talvez faltassem vagas em cemitérios do estado. Em razão da opção acertada, e da antipatia de muitos que não admitem um estilo de gestão mais agressivo e decidido, que rendeu sucesso às finanças do estado, ele amarga o isolamento dentro de seu partido e fora dele, principalmente daqueles que não querem abandonar o velho estilo de política e gestão pública obsoleta.
Nesse cenário nebuloso, João Dória luta para que regras não sejam quebradas e decisões majoritárias violadas, de modo que possa, enfim, trabalhar com afinco para subir mais nas pesquisas, o que já ocorre, em ritmo lento, graças ao peso dos obstáculos que seu próprio partido coloca no caminho.
É preciso lembrar aos dirigentes do PSDB que se Dória naufragar agora, e não puder manter sua candidatura, seu partido amargará o destino do Titanic, não por culpa do então pré-candidato, mas pela incapacidade da legenda de renovação de quadros ( a única renovação expressiva foi feita por Dória, ao levar Rodrigo Garcia para o partido) e de oferecer projetos e opções políticas ao Brasil. Morrerão abraçados.
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