
O início do governo do presidente Donald Trump tem sido marcado por polêmicas, sobretudo no que se refere aos imigrantes e à forma de tratamento dispensado aos países que considera menos importantes no cenário mundial.
Sua postura demonstra o desejo de recuperar um nacionalismo forte, marcado pela consolidação da hegemonia americana no mundo, como a maior e mais forte nação do planeta.
Nessa ótica egocêntrica, segundo a qual o mundo gira em torno dos EUA, Trump canaliza a simpatia da maioria dos americanos, ao mesmo tempo em que demoniza os adversários políticos democratas, que viram um presidente do seu partido deixar o poder fragilizado pela sucessão de gafes cometidas em entrevistas e pela teimosia em disputar um segundo mandato na Casa Branca, dificultando o trabalho da candidata Kamala Harris à presidência dos EUA.
Não obstante esses fatos, é preciso que se diga que ele deixou a economia americana numericamente melhor do que a encontrou, falhando por não conseguir destacar suas conquistas nessa área perante a população, o que lhe custou caro.
Trump, por sua vez, segue à risca as promessas de campanha, começando pela deportação de imigrantes clandestinos e taxação de produtos de países que, de alguma forma, afrontam os EUA, como é o caso do México e Canadá, o que empolga e gera confiança na esmagadora maioria que o elegeu.
Ao cumprir suas promessas de campanha dessa forma, doa a quem doer, o presidente Trump gera credibilidade dentro e fora do país, reforçando cada vez mais o movimento que criou, o MAGA – Make America Great Again.
Além disso, inspira um fervoroso (e para alguns perigoso) nacionalismo, nos moldes mais radicais da direita que tem dominado a política em várias partes do mundo.
O seu perfil empreendedor e desenvolvimentista, somado a um forte nacionalismo, marcam uma forma diferente de fazer política, que pode ser considerada como um “nacional pragmatismo”.
Isto porque trata as questões nacionais distante de posições ideológicas com viés social e identitárias normalmente conduzidas pelos democratas norte-americanos, e partidários da chamada “esquerda” mundo afora.
Trump não quer saber da conhecida pauta de equidade, por meio da qual políticas de gênero, orientação sexual e raça têm norteado os EUA e diversos países no mundo.
Ele se preocupa em suscitar nos americanos o sentimento de que nada disso importa mas, sim, o espírito dos pioneiros, que com trabalho duro e inteligência, fizeram do seu país a maior potência do mundo.
O conceito de mérito para Donald Trump é vital, mesmo que distorcido, na visão de alguns. Para ele não haverá um país forte sem um povo com a autoestima elevada a níveis estratosféricos, se considerando o espelho moderno do império romano, acima de tudo e de todos.
Nesse contexto, ele trata impiedosamente as minorias que se diferenciam muito do estilo tradicional americano, preconizando uma uniformidade de pensamento e comportamento na população que, por si só, elimina ou inibe as diferenças daquilo que o americano tradicional considera correto.
Com nível zero de sentimento e consciência sobre eventuais danos sociais que essa postura possa causar, e sendo um exímio homem de negócios, ele trata de todas as questões internas e externas com rigor absoluto e foco na consolidação dos EUA como a melhor, mais forte e rica nação do mundo.
Resta saber como a China, a Rússia e a hoje combalida União Europeia reagirão a isso. Quanto aos demais países, são todos reféns do império que pretende renascer, caso não estejam no guarda-chuva dos países e união citados.
Seja o primeiro a comentar