*imagem DIAP
Em conversa com um amigo intelectual, o professor João Alexandre dos Santos, da UNICESDH, tratávamos da questão da democracia nas eleições brasileiras.
Entre um comentário e outro ele citou um fato interessante, normalmente esquecido pela maioria dos cidadãos, referente à opção ou escolha de um candidato.
Com o advento do 2° turno das eleições, o povo brasileiro abriu mão de sua livre escolha para, ao final, deixar suas convicções de lado e fazer uma opção.
Este é um ponto crucial para qualquer democracia, sobretudo em países que necessitam de constante afirmação dos valores e princípios desse sistema político.
Quando um cidadão vota no candidato de sua livre escolha, o faz por convicção, simpatia ou até mesmo afinidade pessoal. Exerce o poder democrático com total liberdade, sem restrições impostas.
Daí a grande legitimidade e representatividade dos Deputados, Senadores e Vereadores eleitos, por pior que alguns possam parecer.
Quando em um 2° turno, o eleitor não vê o seu candidato, se vê forçado a optar por uma entre duas candidaturas que não o representam ( ou anular o voto), as quais o sistema eleitoral adotado lhe impôs.
Tem-se, nesse ponto, um entrave ao exercício pleno do direito de escolha do eleitor, tolhido em sua vontade e obrigado a optar entre dois nomes.
É bem certo que a vontade da maioria deve prevalecer, mas seria ideal que isto acontecesse quando todos tivessem a chance de, livremente, dentre todos os candidatos, escolher aquele com o qual se identifica, ou seja, em turno único, o que seria bem mais econômico, inclusive, já que temos o financiamento público das campanhas.
É uma falácia dizer que o 2° turno nas eleições é um aliado da democracia. Em verdade, ele é uma barreira criada para favorecer grupos ou vertentes políticas.
Se houver real interesse em aprimorar o sistema eleitoral vigente, a primeira medida é, sem dúvida, retirar o 2° turno, mesmo que o mandato ganhe mais um ano, passando de quatro para cinco.
Valorizamos a liberdade democrática e o direito inalienável ao voto, mas nosso direito de escolha carece de verdadeira proteção.
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