ELEIÇÕES BRASIL: É PRECISO CONHECER PROPOSTAS ANTES DE VOTAR

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O Brasil atravessa um momento difícil na economia, que atinge diretamente o contexto social, com índices elevados de fome, miséria, inadimplência e desemprego, o que é inegável.

Para alguns, isso resulta da recente crise gerada pela pandemia de Covid 19, o que seria muito conveniente para o governo, mas a situação do país não é tão simples assim.

O atual governo herdou uma situação difícil, gerada pela crise política que derrubou Dilma Roussef da presidência da república, a qual não ia bem no trato da economia do país.

O governo Temer aplicou medidas que entendeu pertinentes para reaquecer a economia, mas não alcançou o êxito esperado, gerando, então, grande expectativa em relação ao seu sucessor.

Nessa condição, Jair Bolsonaro vence as eleições com uma pauta baseada em costumes e em uma economia liberal, que prometia reformas que destravariam o país, impulsionando o crescimento, o que não foi sentido pela esmagadora maioria da população, infelizmente.

Novamente o país se defronta com as eleições presidenciais, e pouco se sabe de concreto sobre o que os principais candidatos têm a oferecer, mesmo com debates e sabatinas feitas por veículos de comunicação, no intuito de esclarecer mais o eleitor, permitindo que este desenvolva o voto consciente.

Os políticos, por sua vez, com rara exceção de Ciro Gomes, têm se valido da polarização política entre o candidato do PT, Luís Inácio Lula da Silva e Jair Messias Bolsonaro, do PL, em perigoso jogo que divide a população até mesmo dentro das famílias.

Nesse ambiente nebuloso, não se observa, com a devida clareza, propostas impactantes contra os principais problemas que afligem a população, como o desemprego, a fome e o custo de vida elevado, componentes perigosos para qualquer nação.

É preciso que os candidatos sejam forçados, e esta é a melhor palavra, a apresentarem soluções ou caminhos para resolver ou atenuar significativamente os problemas vigentes, e isso somente acontecerá se a sociedade civil organizada exigir propostas consistentes.

Não é salutar que as eleições sejam definidas por torcidas organizadas, como em jogos de futebol. A democracia e a administração pública exigem mais seriedade, seja dos pretensos governantes, como do próprio povo.

Esmolas pagas aos mais pobres, como auxílios ou bolsas, não podem liderar a pauta de interesses da população. É imperioso que o trabalho dos políticos seja a recuperação dos empregos, o que passa pelo incentivo e trato respeitoso aos empreendedores, com mais racionalidade na cobrança de impostos, criando um ambiente de segurança jurídica e institucional, somado à perspectiva de futuro fundada em estabilidade nas relações entre o Estado e a iniciativa privada.

Também e perniciosa a ideia de vender todas as empresas pública, sobretudo aquelas que atuam em áreas estratégicas para o país, tornando a todos dependentes, direta ou indiretamente, do capital estrangeiro, sem resguardo algum para o país.

Com efeito, é preciso investir na geração de tecnologia de ponta em vários segmentos dentro do país, de modo que os bens aqui produzidos tenham maior proveito para a população, a preços melhores, e mais competitividade no exterior. Ressalte-se que algumas das melhores universidades do mundo estão no Brasil, assim como algumas das mentes mais brilhantes também.

Já passa da hora do país começar a investir em uma parceria séria entre o conhecimento e a produção, incluindo nesse trabalho a iniciativa privada brasileira.

Afinal, se desejamos empregos, é preciso que os micro, pequenos, médios e grandes empreendedores tenham suporte não apenas financeiro para atuar.

Empréstimos, perdão de dívidas ou procrastinação do pagamento de impostos são soluções pontuais e momentâneas que apenas empurram o problema para depois.

Em um país capitalista com as imensas mazelas sociais como se vê no Brasil, é preciso que todas as medidas econômicas tenham forte viés social, sobretudo com a geração de empregos, que é a melhor solução para combater a fome e a pobreza.

A educação deve ser prestigiada em todos os níveis, não apenas com a priorização de cursos universitários. O ensino técnico profissionalizante deve ser uma prioridade, pois resgata da desqualificação e pobreza jovens prestes a ingressar no mercado de trabalho, que hoje está muito seletivo e pouco inclusivo.

Não adianta, como preconizam alguns, tratar apenas dos efeitos dos problemas. É preciso plano de governo que ataque diretamente as mazelas, criando condições para que o cidadão, pelo seu esforço pessoal e capacidade, mantenha elevada a sua autoestima e possa conquistar dias melhores para si e sua família.

Justiça social é algo que falta no país, e isso se dá pela inação de governantes quanto ao preparo da população para crescer em qualidade.

É verdade que temos um enorme contingente de pessoas despreparadas sob o ponto de vista educacional e profissional. Adultos na faixa entre 30 e 50 anos, que precisam de requalificação, ou até mesmo de qualificação profissional para exercerem as funções consideradas mais simples no mercado de trabalho, e que não têm, do Estado, apoio ou incentivo algum para saírem da situação atual.

Fala-se muito dos jovens, mas o contingente adulto sem emprego ou perspectiva gera um passivo quase insustentável para o país, seja pela dependência de auxílios governamentais ou, na idade mais avançada, para os cofres da previdência ou assistência social.

A recuperação de garantias no emprego é algo muito importante, e que foi praticamente destruída nos últimos anos, com o aprofundamento da volatilidade legalizada no emprego criada por reformas trabalhistas. Não se pretende, contudo, que eventuais medidas amarrem o capital, mas é preciso que o cidadão que tem compromissos a honrar, e está empregado, tenha a mínima tranquilidade para  fazê-lo.

Como se vê, há questões de maior complexidade que requerem plano de governo, capacidade de governo e governabilidade. Os dois últimos fatores (capacidade de governo e governabilidade) são mais fáceis de se conseguir, sobretudo se o primeiro deles, plano de governo, for bem arquitetado e apresentado à sociedade.

Não há país no mundo que cresça sem educação de qualidade, indústria competitiva, comércio e setor de serviços fortes. Para tanto, a ação estatal deve ser de contínuo e intenso apoio a essas atividades, sem descurar da parte mais fragilizada nessa relação, que é o trabalhador.

Exija conteúdo dos seus candidatos a qualquer cargo eletivo. É um dever deles, não um favor apresentá-lo. Não diminua o valor e poder do seu voto prestigiando aqueles que insistem em dividir para governar, propondo discussões sobre formas de governo superadas, fazendo política pela política. Não há santos na política, seja de um lado ou de outro. O que há são pessoas que têm ou não compromisso com a gestão pública séria, de resultados sociais. Elimine da política aqueles que criam monstros personificados em seu opositores, simplesmente pelo fato de não concordarem com suas ideias ou forma de agir, sem oferecer o principal: conteúdo e soluções para os problemas do país.

Aqui você já sabe: virou notícia, Brasil Comenta.

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Sobre José Vieira 177 artigos
Professor, Jornalista, Bacharel em Direito(com OAB), Servidor Público, Pós-graduado em Direito da Comunicação Digital, MBA em Gestão Pública, Pós-graduado em Direito Administrativo

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